23 de jan. de 2007

Êta anãzinha grande!



É surpreendente a preocupaçao da TV Cultura com a melhoria das programaçoes dos canais de televisão e, principalmente, da própria emissora.

De alguma forma, a Cultura está sempre discutindo, com o seu público, o rumo que ela deve tomar para continuar progredindo. Se preocupa sempre em melhorar e proporcionar, diariamente, crescimento e aprendizado a quem assiste o canal.

Discutir o progresso dela mesma não quer dizer discutir como ganhar mais e atrair mais telespectadores. É avaliar e reavaliar, insesantemente, a qualidade da sua programaçao para contribuir, de alguma forma, na construçao intelectual dos telespectadores.

A programaçao do canal é bastante diversificada (preocupaçao unânime dos intelectuais que defendem a qualidade nos meios de comunicação), com programas que mesclam educaçao e entretenimento. Quem nunca assistiu o Castelo Rá-tim-bum?

Dentre os diversos programas que a Cultura exibe, está o Roda Viva, um programa semanal de entrevistas e debates de temas diversos. Ao longo de mais de 20 anos de Roda Viva, vários nomes importantes passaram pelo programa. O Lula mesmo é figura cativa por lá. Entre outros ainda estão artístas como Tom Zé, lideres como o Bernardinho (tecnico da seleçao brasileira de Voley), entre outros, sempre trazendo o diferencial de discutir assuntos normalmente nao levantados em qualquer outra emissora.

Hoje tive a oportunidade de presenciar (pela tv) uma discussao bastante interessante e que só confirma o que eu disse sobre a metalinguagem que o canal faz todos os dias. A discussão era sobre as produçoes audiovisuais e os meios de comunicaçao em geral. Entre os debatedores, vários produtores de renome nacional e internacional. Representantes de grupos de produtores do Canadá, EUA e até Portugal participaram do debate, elevando o nível da discussão para além dos interesses das grandes emissoras.

Não é normal discutir televisão e tecnologias, concessoes e politicas sobre produçoes audiovisuais, na própria tv. E nao é normal porque existem, por trás destas discussoes, diversos e poderosos interesses que verticalizam a relaçao de produçao e veiculaçao do produto nas emissoras e que nao se interessam pela democratizaçao da utilização dos meios de comunicação.

A TV cultura faz porque se preocupa com a formaçao de um telespectador que transforme a realidade, que entenda e critique a liberdade e a capacidade de todos de produzir algo mais, de diversificar esse meio que é hoje tao monopolizado e alienante. A pena é de que, por mais intensa que seja esta briga da Cultura com a democratizaçao do meio de comunicaçao, está longe de ser uma discussão abrangente, pois vem de uma minoria, que é o que o canal representa hoje, sabendo que a grandes emissoras, que nao discutem o assunto, sao maioria tanto em concentraçao de capital como de participaçao de público.

O melhor é que o próprio canal que é minoria reconhece esta disparidade e sabe que é por isso que nao pode parar de promover estes debates.

Êta anãzinha grande!

Um comentário:

Anônimo disse...

A gente vê a diferença da TV Cultura desde os programas infantis até aqueles, como o Roda Viva, intelectualizados e que tem como público-alvo uma minoria também intelectualizada e diferenciada. E um canal pra uma minoria não deixaria de ter (facilmente) também uma minoria em ibope, em capital..