30 de out. de 2009

Especialista em Coisa















Esse negócio
Que você diz que sente,
De te doer as costas,
De ter dor no dente,
Que você diz que gosta
E que você diz que sente.
Esse negócio
Que te dói os braços,
Que as vezes coça,
Que, pra todos, mostra
E, pra ninguém, mente.
Esse negócio,
Posso estar errado,
Mas ainda quero
Que você me ouça.
Não parece
Que é muito sério,
Mas parece
Que é alguma coisa.

29 de out. de 2009

Toda Menina















Toda menina que é magra
Queria ser um pouco
Mais gorda.

Toda Menina que é santa
Queria ser um pouco
Mais doida.

Toda menina que canta
Queria ter voz de
Mulher rouca.

Toda menina que samba
Queria ter a cadeira
Solta.

É que menina que muito tem
Acha sempre que a vida
É pouca.

Ter muita coisa na vida
Te tira do sério
E te deixa louca.

Samba menina
Toda retorcida,
Esquece o que você tem.

Samba menina
Que uma sacudida
Nunca fez mal pra alguém.


27 de out. de 2009

O Ticket










Paraibano, acabado de chegar na cidade grande, arrumou emprego de faz-de-tudo em uma loja de eletrônicos no Shopping Center da capital. Seu primeiro serviço seria entregar alguns produtos que uma freguesa muito rica havia comprado. Eram tantos produtos que não caberiam na motinha que havia adquirido com o dinheiro da casa que deixou lá no sertão. Iria na van da empresa.


- Sabe dirigir, seu Máique?
- Sei, sim sinhô!
- Então pegue a van e vá entregar esses produtos nesse endereço aqui. Não demore. Vai!
- Pode deixar!


Tudo era muito moderno pro paraibano. Os tempos suados vividos no interior do sertão não lhe serviam mais pra muita coisa. Era tanta modernidade. Coisa igual só tinha visto nos filmes que passavam na televisão do Seu Benedito, o dono da vendinha lá da sua cidade.


Entrou na van e partiu. Porém, logo ali, na saída do shopping, entre o estacionamento e a rua, Máique ficou cara a cara com o que, pra ele, era a sua pior inimiga: a tecnologia. Quem poderia imaginar que uma cancela de estacionamento seria tão tecnológica e, ao mesmo tempo, amedrontadora para o simples nordestino.


Um braço cumprido de aço estendido à sua frente, na horizontal, impedia a sua saída. Ao lado, uma caixa pequena de metal com um botão vermelho guardava alguma coisa que Máique ainda não sabia o que era. Sabia que botões serviam pra alguma coisa, normalmente pra ajudar ou atrapalhar.


Instintivamente, apertou o botão e esperou. Nada aconteceu. Máique estava inseguro e um pouco impaciente. Tinha uma entrega pra fazer e não podia ficar ali o dia inteiro. Apertou o botão novamente e, quase que no mesmo instante, ouviu uma voz desesperada que saía de dentro da caixa:


- Insira o tíqueti, pú favô!


O paraibano se assustou. De onde vinha aquele grito?


- Insira o tíqueti! – repetiu a caixinha.
- Quem tá aí??? – gritou Máique, assustado, se dirigindo para a pequena caixa.
- Óie! O cê precisa inserí o tíqueti na máquina. Insira o tíqueti, pú favô! – disse novamente e já impaciente.
- Onde é que o cê tá? Saia daí de dentro e lute como homi, cabra frouxo!
- In-si-ra o tí-que-ti, pú fa-vô!


Na hora, Máique reconheceu o sotaque que vinha de dentro daquele cubo de metal. Era também um nordestino que estava ali, preso naquela caixa. De dentro do estacionamento, uma fila de carros já havia se formado atrás da van. Alguns estavam nervosos com a demora, mas nenhum estava tão assustado como o Máique.


- Comé que o cê foi pará aí dentro, homi??? – gritou Máique, quase que chorando.
- O senhô precisa colocá o tíqueti na máquina.
- Calma que eu vô lê tirá daí. – disse o paraibano enquanto descia ligeiro da van.


Máique começou a puxar a caixa, numa tentativa de abri-la a todo custo. Os seguranças logo foram chamados e o rapaz, ao ver que ia ser pego, pulou o tal braço do robô que estava à sua frente e saiu em disparada pra fora do estacionamento.


Assustado, resolveu, naquela mesma hora, que não ficaria mais um minuto na cidade grande. Venderia sua moto, o único bem que lhe sobrou, e voltaria já para o sertão. Ele sabia que essa tal de convergência tecnológica era uma grande mentira.


Naquele dia, Máique pôde comprovar sua tese de que “por trás de um grande invento, há sempre um nordestino ganhando um mísero tento.” 

26 de out. de 2009

Medo Dobrado















Tem gente
Que não tem jeito.
Ao invés de criar gato,
Preá, lesma ou rato,
Resolve criar cachorro,
Tipo cachorro do mato.
Voltando do supermercado
Fiquei meio aperreado
Com um cartaz que dizia:
"Procura-se um procurado".
Não sabia se corria 
Da maldita redundância 
Ou do malvado Pitbull
Perdido na vizinhança.

22 de out. de 2009

Palavra











Como é engraçado
Perceber as palavras.
Algumas se amam,
Outras se odeiam.
Umas com as outras,
Outras meio loucas
Que, junto com outras,
Formam outras coisas.
Sozinhas,
Algumas são fortes.
Várias juntas talvez
Não aguentem a força 
De uma de pequeno porte.
Mas são sempre palavras,
Das mais comuns 
Às mais distintas. 
São sempre palavras.
As vezes amadas, 
Que sempre cativam.
Outras que agridem,
São as mais esquecidas.
Substantivos e artigos.
Adjetivos.
Tem as antônimas 

E também as sinônimas,
Sempre a favor.
Às vezes de rir
Outras de chorar.
Aonde for,
São sempre palavras.
No entanto, se um dia 
Fosse escolhida
Apenas uma palavra
Pra representar essa vida,
Dentre as palavras,
A escolhida
Seria a menos esperada.
Talvez, a menos percebida.
Seria, pra sempre,
Palavra.

20 de out. de 2009

Filho da Mãe




Pedrinho era um menino errado. E quanto mais crescia mais se enveredava pelos caminhos tortos da vida. Desde pequenino sua mãe o alertava: “se hoje você já é assim, o que será de você quando crescer”.

Pedrinho comia as unhas. Todas. Não sobrava uma para enganar sua mãe. Essa, que se esgotava brigando com o menino, travava uma luta constante contra o mau caminho que Pedrinho desenhava para si mesmo.

Não bastassem as unhas, tinham as toalhas. Inacreditavelmente, Pedrinho largava, todos os dias, a toalha molhada na porta do quarto. Isso quando não sobrava pra cama. Toalha jogada na cama era imperdoável.. Nada mais triste para uma mãe, que cuidou tão bem de seu filho, que de tudo deu a ele, do que ver uma toalha molhada em cima da cama.

Os anos foram passando e sua mãe, já sem forças para fazer alguma coisa, aos poucos, entregava Pedrinho à vida. Nem as vasilhas do almoço o menino lavava na hora certo. Fora os dias em que ele nem lavava. Sempre dizia que era esquecimento, mas sua mãe sabia que era pura maldade, falta de compaixão e de amor por ela. Seu filho não queria mais saber da mulher que tanto zelou por sua vida com muito carinho, coisa que só mesmo uma mãe poderia fazer. Amor de mãe.

Ela queria mesmo é morrer. Não tinha mais motivo para a vida. Por que não ser ladrão, drogado, assassino em série, quem sabe? Não, ele nasceu como a maioria, normal. Os médicos avisaram que ele seria assim e que, certamente, não apresentaria muitos problemas durante seu percurso existencial. Pena ela não ter dado ouvidos à ciência. Sua descrença a fez ignorar os fatos.

Hoje, Pedrinho colhe o que plantou. Seu quarto é uma desordem. Roupa suja no lugar de roupa limpa, chulé, brinquedos na sala, cueca no chão... A lista é extensa. E ele já tem dez anos. Se nessa idade sua vida é essa desordem, o que será do futuro desse pobre coitado? É mais um caso perdido.

Todos os dias, antes de se deitar, sua mãe se ajoelha e pede perdão pelo que fez, sem se conformar com tanta desgraça em uma única vida. É um preço alto que paga por alguma coisa que fez de errado. Não é justo. Como mesmo disse um dia a seu marido, “A margem de lucro desse negócio está muito alta”.

19 de out. de 2009

O Fio do Gordo



Você percebe
A barriga exagerada
Só mesmo quando, levantado,
Resolve beber água
E um filete da danada
Escorre da sua boca,
Deixando um fio marcado
Bem no meio da sua roupa.

16 de out. de 2009

Maridão



Neste casamento, podia-se dizer que o marido era a mulher, e a mulher era o macho da relação. Tudo que ela queria, o maridão fazia e ai dele se não fizesse. E não passava em branco. Todo dia a maridona fazia questão de deixá-lo mais mulherzinha. Sempre tinha um motivo para uma nova bronca. Até que o homenzinho da relação falou mais alto. Claro que apanhou, mas falou e não ficou só nisso:

- Eu não agüento mais essa vida. Vou embora!

Depois de umas cacetadas bem dadas, ele saiu mesmo de casa. Está certo que não foi pela porta da frente, mas a janela também fica na frente, seu orgulho não foi tão ferido. Doído mesmo foi cair sobre a roseira do quintal, mas pra quem já tinha apanhado do tanto que apanhou, não fazia diferença.

- Você vai voltar, eu sei! Você não vive sem mim. E quando voltar vai apanhar ainda mais.

Foram as últimas palavras da sua amada. Mas ele foi mesmo embora de casa. Sem saber pra onde ir, afinal ele só tinha isso, uma casinha e uma mulher, acabou parando no bar onde encontrou alguns amigos. Contou sua história aos companheiros que se orgulharam da atitude de homem que tomou em sua vida.

Conversa vai, conversa vem, encorajado por alguns e também pela cerveja, o maridão decidiu ligar pra casa e dizer pra esposa que agora estava feliz com a sua nova vida.

- Alô!

- Êpa! Quem está falando?

- Rogério! Quem fala?

- Quem fala? Aqui quem fala é o cara que vai acabar com você! está ouvindo, seu tarado? Cadê minha mulher? Passa pra ela!

- Aqui não tem mulher de ninguém! Quem está falando?

- Seu cretino! Eu sabia que ela também não valia nada. Passa pra ela que...

O cara do outro lado da linha desligou o telefone. Isso deixou o maridão ainda mais nervoso. Decidido, resolveu ir até a sua casa encarar a situação e o cara da voz rouca. Quando chegou era tarde. As luzes estavam apagadas, a porta trancada. Decidiu entrar pelo mesmo buraco que saiu. De tão bêbado, quando conseguiu entrar, estava impregnado de espinhos e folhas da roseira.

O plano era entrar em silêncio, mas o álcool já havia tomado conta do seu corpo. Saiu esbarrando em tudo que tinha pela frente até chegar ao quarto. Devagar, foi abrindo e preparando o flagrante. Antes de pensar em o que dizer, tomou uma paulada nas costas, outra na perna e caiu.

- Eu sabia que você ia voltar, seu cachorro. Você não vive sem mim.

- Cadê o tarado?

- Que tarado, homem?

- Rogério, o do telefone. Cadê? Eu vou matar esse cara!

- Deixa de conversa e vira homem! Que desculpa é essa pra voltar?

- O da voz rouca. Você sabe! Para de me enrolar! Você não me ama mais...

- Para de chorar! Rogério da voz rouca? O seu cunhado? De tão bêbado você ligou pra sua irmã! Eu não acredito que você fez isso. Que vergonha do Rogério.

- Você me traiu com o meu cunhado?!

- Ai! Você me paga!!!

E então o maridão apanhou mais um pouco até pegar no sono, ali mesmo no chão. Mas era assim que ele gostava. Na vida ele nunca foi assim, um maridão. Sempre foi um filhinho, que gostava de apanhar e ouvir as broncas da mãe. Talvez fosse só preguiça. As broncas foi o jeito que arrumou pra pagar pela sua pouca disposição em ajudar. Com outra pessoa, talvez não conseguisse levar a vida assim, tão mansa. Sua mulher também sabia que aquele era o jeitão do marido. Apesar do cansaço, ela gostava, mas não podia fazer o serviço todo assim, de graça.

14 de out. de 2009

Amor de Turco



Era uma vez um amor
Vivido por uma jovem donzela
E um velho senhor.
Ela, tão bela. Ele, um horror.

Nessa novela,
Os papéis eram todos trocados.
A bela, na verdade, era a fera
E o velho, um bobo apaixonado.

Seu amor, a fera prometeu,
Se o tal senhor, um judeu,
Dividisse contigo, por inteiro,
Todo o seu lindo dinheiro.

O velho apaixonado,
Sem olhar para o lado,
Nem duas vezes pensou.
Seu amor não seria trocado:

Meu pouco dinheiro,
Pra ti, eu não dou.
Posso ser velho,
Mas burro eu não sou.

Se queres dinheiro,
Procure por outro caduco.
Não sei se já sabes,
Mas sou, de verdade, um turco.

Enfim,
Ele não seu casou.
Mas foi por amor
Que se recusou.

Era dinheiro demais envolvido na trama.
Outra história de amor,
Além da que tinha com a grana,
Seria gana demais para um velho senhor.

13 de out. de 2009



Vou dar o troco, sem dó.
Vou pegar esse tal de Sozinho
E jogar ele dentro de um quarto sombrio
Pra deixar ele lá, até morrer de chorar
De tanto ficar Só.

8 de out. de 2009

Por Cima Não Dá Mais



Com o tempo,
Que passa cada vez mais calórico,
Vem o maldito peso,
Que também traz cansaço
E te deixa bem menos eufórico.
Em certo momento,
A diferença (pra mais)
Na mesma de sempre balança,
Te assusta e te deixa
De menos com a vida.
E então, o mesmo momento,
Que não parecia ser crítico,
Se torna sádico
Quando, na hora do amor,
Naquela mesma cama quadrada,
Aquela mesma mulher,
Que um dia gritou na hora certa,
Começa a gemer na hora errada.


7 de out. de 2009

Filho do Mar


A sua paixão era a sua labuta. Era pescador. Tanto gostava que, mesmo quando a noite chegava, era difícil tirá-lo do mar. No tal do oceano o pescador encontrou seu amor. Ela também pescava, e amava a tal água salgada.

Desse amor de jangada nasceu uma criança que encheu os olhos do pai de esperança. Seu filho ia ser pescador. Tão cedo os olhos se abriram, seus pais o pegaram e partiram. Levaram o filho pro meio do mar. Ia logo aprender a pescar.

Primeiro, era muito importante aprender que nem tudo que pescavam podiam comer. Tinha peixe grande que não podia pescar. Precisava voltar para o mar. Na primeira fisgada, seu pai trouxe ao barco um peixão. Na ânsia de soltar o marinho, não percebeu que jogou o seu filho ao mar. E o peixão, no barco, não podia ficar.

Muito atordoado, o pai pulou ao mar assim que viu o engano. Foi atrás de seu filho. Sua mãe ficou desesperada. Dessa vida não queria mais nada além do seu pequenino. Com a chegada da noite, seus pais se consolaram. O menino, não encontrariam. Voltaram pra terra, praquela vida vazia. O que fariam, ninguém sabia. Alguma coisa aconteceria.

Anos se passaram. Mãe e pai tocaram suas vidas em frente. Agora em terra firme, pro mar nunca mais voltariam. Até, de repente, suas vidas se encherem de calos. Pro mar, teriam que embarcar. Precisavam comer pra viver.

Quando a jangada partiu, a mãe ficou emocionada. Era difícil recordar o passado. O tempo passou e ela nem viu.

A luta no mar foi difícil. Enquanto o pai se cansava tentando pescar, a mãe se agüentava tentando atar a emoção. Ela sabia que era da pesca que ia tirar o tostão pra viver.

Dois dias se passaram e nada de peixe. O mar nunca foi tão sozinho. Onde estava a vida salgada daquela imensidão? Na luta, pai já não tinha mais força. Era a mãe quem tentava pescar alguma coisa antes de desistir e cair.

Estirados na embarcação, pai e mãe não podiam mais nada fazer a não ser desistir. E de supetão, quando tudo parecia ter acontecido, nas águas começou um agito. Peixes começaram a pular pra jangada. Era tanto peixe que os dois não enxergaram mais nada em meio ao cardume que chovia do mar.

Em meio à alegria estampada, pai e mãe se sentaram no último espaço que sobrou da jangada. Se abraçaram e, sem pestanejar, o pai que falou: esse milagre eu sei bem quem fez. Nosso filho se foi bem aqui, nesse mesmo lugar. O filho que um dia foi nosso, hoje é, sem dúvida, o filho do mar.

Na partida de volta pra casa, a mãe, ao se virar para trás, como num vulto, conseguiu enxergar bem no meio do mar dois pontinhos brilhantes, e não teve dúvida: era seu filho. Os olhos radiantes eram iguais aos do pai quando a olhou pela primeira vez.

Depois daquele dia, os pais se encorajaram e voltaram a pescar. Na ida, a mãe se enchia de alegria. É que, no fundo, ela sabia que sempre que ia, ficava mais perto do filho do mar, o grande amor da sua vida.

1 de out. de 2009

Apto



Numa clínica do trabalho, uma secretária, um paciente e um médico:
- Você é o próximo!
- Obrigado.
- Bom dia.
- Bom dia, Dr.
- Sente-se, por favor.
- Obrigado.
- Seu nome?
- Janderson.
- Sente alguma dor?
- Não.
- Já quebrou alguma parte do corpo? braço, perna, pescoço, costelas, clavícula?
- Torci o tornozelo.
- Já quebrou o tornozelo?
- Não.
- Você tem alguma alergia grave? de pele, respiração, nos olhos?
- Minha pele é meio...
- Alguma doença venérea? Aids, Candidíase, Herpes Genital? Nada? que bom!
- Não.
- Dor no estômago? Gastrite, azia, má digestão?
- Tenho gastrite.
- Ótimo. Tem dores de cabeça? já teve convulsão? epilepsia?
- Já.
- E gonorréia, Hemorróida, você tem?
- Tenho.
- Parabéns. Algum problema de visão? conjuntivite, Miopia, Astigmatismo?
- Tenho Miopia acentuada.
- Agudo ou circunflexo? não sabe? Certo. Você está ótimo.
- Obrigado.
- Pode assinar aqui, aqui e aqui.
- Eu não enxergo.
- Segura minha mão. Pronto. Ok.
- O sr. pode me ajudar a me levantar?
- Pronto.
- Obrigado, Dr.
- Por nada. Ah! Qual a função?
- Garçom!
- Ok. Próximo.