Em um reino muito distante, há muitos anos distantes também, vivia um
rei, uma rainha e um príncipe. O reinado era muito tranqüilo. Desde a posse do então
monarca, a região do reinado vivia sempre em paz e harmonia. Um reinado que não
fedia nem cheirava. Uma população que não pedia e não se importava com a
situação, que era sempre muito cômoda. Comida não faltava. Todos trabalhavam,
tinham suas próprias casas e eram felizes assim (ou, ao menos, não eram
infelizes).
O rei sabia que a sucessão do seu trono estava próxima e isso muito lhe
preocupava. Para ser empossado, o príncipe precisava, antes de tudo, escolher
sua princesa. Depois de escolhida, o príncipe seria coroado. A escolha da
princesa acontecia em uma grande cerimônia que costumava durar dias ou até meses.
O príncipe indicava sua pretendente e essa o acompanhava por vários dias de
festas e rituais. Ao final, o príncipe, em uma cerimônia que durava mais alguns
dias, comunicava a todos se ela seria a escolhida.
O grande problema era a falta de paciência do príncipe em participar de cerimônias
assim, tão longas e burocráticas. Até que das festas ele gostava, pois desde
bem moço assumiu a sua condição de boêmio e vida mansa. Em dias atuais, seria chamado
de malandro. Pra ele, os rituais não serviam pra nada, a não ser lhe ocupar o
tempo que tinha para beber e festejar.
A festa, então, foi armada e já estava tudo pronto para começar a homérica cerimônia.
Do quarto do rei, lá de cima do castelo, o monarca, ao centro, apresentaria ao
povo a pretendente do príncipe. No entanto, como bom malandro, o príncipe (de
ressaca) estava impaciente com a demora de todo o processo. Tudo que queria era
que aquilo terminasse logo para festejar. Subitamente, em meio ao discurso do
seu pai, interrompeu a cerimônia, tomou-lhe a frente e gritou: “Ou seja,
princesa: bora?”.
A princesa, por mais desconsertada que tenha ficado, entendeu o recado e cheia
de dentes disse: “bora!” O rei, sem entender o que acontecia, tentou tomar a
frente e restaurar a ordem, mas o povo lá embaixo já estava em alvoroço. Os que
não tinham entendido nada foram na onda dos que entenderam e começaram a
festejar. Logo, todos perceberam que o príncipe havia aceitado a pretendente
como sua princesa. Ou seja, festa.
O rei, depois de ver a “desordem” provocada pelo filho e já com a idade
avançada, logo cedeu o seu corpo aos encantos da terra. A rainha, mais conservada
e menos conservadora (além de sempre antenada aos estudos sobre o marketing,
que já avançavam exponencialmente naquela época), percebeu que aquela mudança
nos processos burocráticos da monarquia poderia ser benéfica pra imagem do novo
rei, mais jovem e mais alegre. E foi assim que se instaurou um novo modelo de
reinado. Menos complicado e mais direto.
Séculos depois, esse modelo prático ainda é invejado e copiado por todo o
mundo. Nas empresas, nas escolas, nas casas e, principalmente, nas festas e
noitadas da sociedade contemporânea, o Rei do Bora (como ficou conhecido) é
lembrado e também muito homenageado por quase todos. Ontem mesmo, fiz uma singela homenagem ao rei. A menina era uma princesinha... Mas, agora, o problema é que não se
fazem mais princesas como antigamente... Ou ela não sabia nada de história.
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11 comentários:
uahahaha
preguiça das burocracias da paquera e dos relacionamentos é algo mais comum do q se imagina
Lucãooooo, mto bom seu final! direto dou uma de rei do bora e ninguem entende, poxaaa.... rs..... mto bom Lucao, mmto bom Mesmo!
Preciso morar nesse reino rs tem coisa da vida e do dia a dia que dá tanta preguiça rs
Bjoo
bora???
:)
bjs
Adoreiii... eu nao guento um bora!!!! kkkkkk
Beijoss
Ainda bem que a preguiça não te pegou na criatividade!! Muito bom, Lucão!
quer dizer que os "malandros" agora tem uma desculpa histórica? hmm!! bom saber :P
hehe
já dizia Quintana "A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda" ;)
:*
Tem momentos que me falta paciência tbm.. em vez de bora eu falo tá.. rsrs
bjs
http://voudescarpin@logspot.com
hehehehe
não é?
quase um consenso, viram?
O preguiçoso é um cara que trabalha mto pra pensar em coisas mais práticas. Ele contribui.
hehehe
É com preguiça que a gente descobre atalhos rs
beijos e abraços, meus queridos.
Não deixa de ser uma filosofia de vida.
Filosofia de bar, é verdade, mas, ainda assim, filosofia. ;)
Beijos, dois.
ℓυηα
hahahahahaha....agora a preguiça tem um sentido histórico!!!Como historiadora pesquisarei a respeito! Quase já tenho a minha tese, obrigada Lucão! hahahaha..
Muito bom!
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