- Pessoal, quero apresentar para vocês o Criador.
- Oh! O Criador! (todos)
- Ouvi dizer que você opera milagres.
- É verdade que transformou briefing em criação?
- Que uma vez ressuscitou uma marca?
- Me falaram que você é um enviado do Nizan, é verdade?
- Calma, gente! me dêem um tempo para pensar que responderei a todos.
...
- Ele acabou de nos pedir um prazo... É ele! É ele!!!
23 de abr. de 2009
O Criador
16 de abr. de 2009
Axé Blasé
Meu gosto musical é limitado. Limito-me a ouvir o que é bom. Mas confesso que já fui mais preconceituoso. Hoje eu admiro o sucesso da música ruim. Até invejo. Me pego pensando sempre “Como eu não pensei nisso antes?”
A fórmula é simples: mínimo de letra possível; sons onomatopéicos são fundamentais; uma gemidinha; palmas; “tcha tcha tcha” e pronto, o sucesso bateu à sua porta. E eu, noite a dentro pensando nas palavras certas. Dicionário, sinônimo, antônimo, tudo para deixar o texto inteligente, divertido, cheio de duplos sentidos com jogos de palavras e mensagens subliminares. Que nada, mané! Vai ganhar dinheiro!
Há pouco tempo vi uma história curiosa. Um dos cantores da dupla Edson e Hudson é considerado um dos maiores guitarristas do Brasil. O cara “mói” na guita, malandrão. Saiu do armário. É roqueiro mas também não é bobo nem nada.
Passei a prestar mais atenção em tudo, desde o “tcha tcha tcha” do axé, às traições absolutamente justificáveis do sertanejo. Tudo virou combustível para o meu sucesso. É como dizia a belíssima canção, que eu não tenho a menor idéia de quem seja, “é disso que o povo gosta, é isso que o povo quer”. Então toma! E estão todos certos, o lance é “bufunfa”, meu irmão. E como também não sou bobo, já estou dando meus pulos.
Minhas referências mudaram. Passei o carnaval observando o jeito, o timbre, as letras das canções. Tudo. Foi aí que comecei a traçar o meu caminho. O caminho da fama, do dinheiro. Então criei o meu primeiro axé, o que vai me fazer subir em cima do trio e levar a massa ao delírio, além do Money pro bolso
Foi observando minhas referências que percebi as singularidades do axé. É mais ou menos assim: você tem que cantar pouco; evocar a massa com um “eu quero ouvir você cantar, vamos lá!”; tirar o pé do chão faz parte do código de conduta do bando; provoque; ameace com um “não quero ver ninguém parado” ou ordene dizendo “eu quero ouvir você cantar”. É basicamente assim.
No entanto, foi pensando na competitividade do mercado que criei o Axé Blasé, que é tudo isso que observei, ao contrário. Posso até dar uma palhinha. É mais ou menos assim:
“Vamos lá!
Ôoooooooo...
Tchá! Tchá! Tchá!
Não quero ouvir ninguém cantar, vamos lá!
Tchá! Tchá! Tchá!
Mãozinhas lá em baixo.
Não quero ver.
Ôoooooooo...
Tchá! Tchá! Tchá!
Quando eu falar ‘já’ eu quero ouvir só eu cantar, vai!
Tchá! Tchá! Tchá!
E ninguém tira o pé do chão, vai!
Ôoooooooo...
Vamos lá!
Agora só eu e ninguém mais canta comigo!
Tchá! Tchá! Tchá!
E nem mais uma vez, vai!”
Bem, a letra ainda não está pronta, falta o retoque, um pouco mais de euforia, quem sabe. Mas, de forma geral, é isso. Espero que gostem.
E muito axé para vocês.
15 de abr. de 2009
Pitada de Sal
Mas é o seguinte, vou revelar um segredo. A pitada de sal. Sabe aquela pitadinha de sal que a vovó põe no bolo, na torta, na fralda?É o segredo. O sal equilibra a briga no seu corpo. O açúcar é um gordinho safado, preguiçoso e ordinário que fica lá dentro tirando onda de bonitão e casquinha do seu estômago, rim e instestino, e que no fim joga a bagunça toda pro reto. Já o sal é um bixinho magrinho, forte e disposto. Quando entra no corpo desbanca o açúcar.